por medida

Ela baloiçou-se no trapézio , finalmente , mas tem medo , entende mas tem , eu também , tudo começou quando mas parecia ter acabado . Ela é vida já ali em pleno ar . Será com o coração com que saltas ? Este voar é sem rede de protecção por baixo, a trapezista, suspensa por um pé , um fio , um amor . E o coração batendo . e assim emenda o que parecia não ter conserto, estica o que limite tem, inventa um fio que sempre existiu , dá pontos no escuro de suas próprias e fingidas vidas. Talvez uma só assim . Por vezes presa neste trapézio de existência . Quando duas pessoas partilham do mesmo medo é mais do que obvio o sentimento entre elas , os beijos ficam suspensos nesse medo de trapezista. Ela se move na barra, pende com as pernas, levanta os braços, , e os cabelos são negros . Ela sabe voar , ela é trapezista , por vezes pensa que sabe ludibriar , mas acrobacias são aquilo que não a superam. É o momento , quando o desejo me lança para ti , o desejo me consome , faz de mim trapezista. Este convite é para ela , para se levantar , deixar de ser espectadora , e começar a bordar a sua nova roupa de beijar .

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